terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Crescimento sem equilíbrio no Recife

IBGE mostra como mercado imobiliário e empreendimentos econômicos influenciaram deslocamento das pessoas em 10 anos. Boa Viagem e Rosarinho são exemplos de explosão demográfica




Um bairro com dimensão de cidade. Em uma década, Boa Viagem ganhou 22.534 novos moradores. Saltou de 100.388 habitantes, em 2000, para 122.922 no ano passado. A localidade da Zona Sul do Recife tem hoje população superior à de alguns municípios da Região Metropolitana, como Igarassu (102.021), Abreu e Lima (94.429) e Ipojuca (80.637). Não tão grande em extensão territorial, Rosarinho, na Zona Norte da capital, cresceu numa proporção até maior: 56%. O número de moradores pulou de 2.606 para 4.077.

O crescimento da população nos 94 bairros do Recife compõe o conjunto de dados consolidados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), liberado ontem com novos indicadores sociais. O mapa não surpreende a secretária de Gestão e Planejamento do Recife, Evelyne Labanca. "Qualquer dado novo é importante para fazermos uma revisão. Mas essa fotografia já era esperada, vem sendo acompanhada ao longo da década", avaliou. Segundo ela, o resultado da contagem populacional não muda o curso das ações já em andamento, só confirma o que vinha sendo constatado sobre as áreas de maior concentração de moradores nas Zonas Sul e Norte.

"As pessoas se deslocam de acordo com os empreendimentos econômicos. Em Boa Viagem, além do crescimento imobiliário, empreendimentos no Porto de Suape, em Ipojuca, no Litoral Sul do Estado, aqueceram a busca por moradia nas cidades próximas", argumenta. A tendência, na próxima década, espera Evelyne, é a sobrecarga em bairros de classe média alta com alto crescimento populacional na Zona Norte diminuir. "Muitos imóveis ocupados nesses últimos dez anos estavam autorizados antes da proibição da Lei dos 12 Bairros, que limita o adensamento", explica. O Censo 2010 revela também aumento do número de moradores em áreas mais populares, como Dois Unidos e Passarinho, o que estaria associado à melhor infraestrutura e construção de imóveis para pessoas de menor renda.

Para o pesquisador Jan Bitoun, professor da pós-graduação em geografia da Universidade Federal de Pernambuco, o censo revela um crescimento populacional moderado no Recife (8% em dez anos), fenômeno comum a outras grandes metrópoles. Quanto ao aumento maior em determinados bairros que estão sendo verticalizados, ele lembra que a cidade é "a expressão do modelo de crescimento capitaneado por grandes empresas imobiliárias". E destaca a necessidade de buscar um modelo sustentável do ponto de vista ambiental, para uma melhor convivência no espaço urbano.

Ao mesmo tempo que recebeu mais pessoas, Boa Viagem, por exemplo, passou a sofrer com problemas típicos de grandes centros urbanos: o trânsito piorou, os prédios se multiplicaram e a tranquilidade está cada vez mais distante. "Está parecendo São Paulo. É uma coisa enorme. A quantidade de edifícios e carros aumentou e as ruas são as mesmas", comenta a aposentada Maria José Meireles, 77 anos.

A realidade de Boa Viagem é encontrada também em outros bairros. "Falta espaço para respirar. As casas que sobraram estão alugadas para o comércio. Hoje, da minha janela, só consigo ver o apartamento dos outros", relata a dona de casa Luíza Oliveira, 55, moradora do Rosarinho.

Associação de SP cria semana dos compradores de imóveis na planta

SÃO PAULO – Começa nesta terça-feira (13) a Semana dos Compradores de Imóveis na Planta. O evento tem como objetivo tirar as dúvidas dos consumidores que compraram imóveis em fase de construção ou já adquiriram o bem, mas estão com problemas.

O plantão de dúvidas, que é realizado pela Amspa (Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências), acontece até o dia 17, das 10h às 19h, na rua Dom Pedro II, em Guarulhos. Posteriormente, Santos e a capital paulista devem receber o evento.

Durante a semana, além da orientação, a Associação distribuirá uma cartilha com 20 dicas e cuidados que os consumidores devem ter ao fechar um negócio. “Este evento tem como propósito orientar tanto o comprador como o mutuário que adquiriram seu imóvel, para que saibam de seus direitos e não sejam enganados tanto pelas construtoras como pelas instituições financeiras”, explica o presidente da Amspa, Marco Aurélio Luz.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desperte o interesse do cliente



A abordagem ao cliente é a etapa do processo de vendas que tem o poder de levar a negociação adiante ou encerrar o que nem mesmo começou. Já avaliou se as suas estratégias de abordagem são competitivas?

O corretor de imóveis, Rodrigo Barreto, comenta no post “Como vender melhor-Parte III”, que o mais importante em toda abordagem de venda é fazer com que o cliente aceite dialogar. “Neste contexto, o cliente deve se sentir motivado e interessado ou, no mínimo, curioso em relação ao que se tem a dizer”, explica.

Mas conseguir este diálogo e estimular a participação não é uma tarefa fácil e envolve criatividade do corretor de imóveis. “Não deixe o cliente só ouvindo. Faço-o ser participativo. O primeiro passo para uma abordagem competitiva é descobrir no produto ou serviços imobiliários os benefícios que mais podem interessar ao seu cliente, e que o difere dos demais”, afirma.

Tenha um roteiro

Seja pessoalmente ou via telefone, o corretor de imóveis deve ter um script ou roteiro, sugere Barreto. ”O script é fundamental para se fazer uma abordagem impactante, rápida e eficiente. Os clientes estão cada vez mais seletivos com o querem ouvir, ou a quem vão receber. É preciso transferir o interesse, que no início do diálogo está em você, para ele. Mas deve-se estudar bem esse roteiro para não se tornar meio robótico”, pontua.

O “roteiro” não é uma fórmula mágica, mas sempre que possível, corrija, atualize e aperfeiçoe no que for preciso, adaptando seu perfil para dar mais naturalidade ao se comunicar. “Assim, não se prolongue ao telefone. Desperte o interesse do cliente montando cenários e expectativas que o motive a recebê-lo. Mostre-se entusiasmado, com voz firme e em bom som em vez de uma voz baixinha e tímida. E na hora de agendar a visita, o corretor deve tomar a iniciativa, falando com segurança”, finaliza.